Tudo começa com um trovão!






Quando, ao início do verão, o trovão, a energia elétrica,

surge novamente da terra

e a primeira tempestade refresca a natureza,

uma prolongada tensão se dissolve.

Há alívio e alegria.

A música tem o poder

de dissolver as tensões do coração

e a violência de emoções sombrias.

O entusiasmo do coração se manifesta espontaneamente

no som do canto, na dança e no movimento rítmico do corpo.

O efeito inspirador do som invisível

que emociona os corações dos homens,

unindo-os,

é um enigma que perdura desde os tempos mais remotos.

Governantes utilizavam essa

tendência natural para a música;

elevaram-na e deram-lhe ordem.

Na China antiga,

a música era considerada como algo sério e sagrado,

que purificava os sentimentos dos homens.

Cabia a ela louvar os méritos dos heróis,

construindo, assim,

uma ponte para o mundo invisível.

Nos templos Chineses,

os homens se aproximavam de Deus

através da música

e da pantomima (da qual o teatro se desenvolveu).

O sentimento religioso dedicado ao Criador do mundo

unia-se ao mais sagrado dos sentimentos humanos,

a reverência aos antepassados.

Estes compareciam às cerimônias religiosas

como convidados do Senhor do Céu

e como representantes da humanidade

nestas esferas mais elevadas.

Essa união do passado humano com a Divindade,

nos momentos solenes da inspiração religiosa,

estabelecia uma aliança entre Deus e o homem.

Ao reverenciar a Divindade através de seus antepassados,

o governante convertia-se em Filho do Céu,

aquele em que o céu e a terra

uniam-se misticamente.

Nestas idéias encontra-se a culminância da cultura chinesa.

Confúcio comentava a respeito do grande sacrifício

em que se celebravam esses ritos:

"Aquele que compreendesse plenamente

este sacrifício

poderia reger o mundo como

se o girasse em suas mãos".


I Ching - o Livro das mutações